Exportações chinesas sobem, mas desaceleração das importações intensifica necessidade de estímulos
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Exportações chinesas sobem, mas desaceleração das importações intensifica necessidade de estímulos

Em agosto, as exportações da China avançaram no ritmo mais acelerado em quase um ano e meio, sugerindo que os fabricantes estão acelerando os envios antes da implementação iminente de tarifas por um número crescente de parceiros comerciais, enquanto as importações apresentaram um desempenho aquém devido à fraca demanda interna.

Os dados comerciais contrastantes ressaltam o desafio enfrentado por Pequim, que busca estimular o crescimento global sem uma excessiva dependência das exportações.

As exportações da segunda maior economia mundial aumentaram 8,7% no mês passado em relação ao ano anterior, o ritmo mais veloz desde março de 2023, conforme dados alfandegários divulgados nesta terça-feira (10). Esse crescimento superou a previsão de 6,5% feita em pesquisa da Reuters e o aumento de 7% registrado em julho.

Em contraste, as importações cresceram apenas 0,5%, abaixo da expectativa de 2% e da alta de 7,2% no mês anterior.

“O robusto desempenho das exportações e o superávit comercial são benéficos para o crescimento econômico no terceiro trimestre e para o ano como um todo”, afirmou Zhou Maohua, pesquisador macroeconômico do China Everbright Bank.

“Contudo, o complexo ambiente econômico e geopolítico global representa um desafio considerável, e as exportações da China enfrentam múltiplos obstáculos”, acrescentou.

Economistas advertiram que Pequim corre o risco de não cumprir sua meta de crescimento se depender excessivamente das exportações, após uma série de dados recentes desapontantes, intensificando a pressão sobre as autoridades para a implementação de mais estímulos que revitalizem a economia chinesa.

“A persistência de uma robusta onda de exportações pode, de fato, adiar o suporte de curto prazo, e prevemos que medidas mais audaciosas sejam adotadas no quarto trimestre”, observaram analistas do Nomura em nota.

Além disso, as crescentes barreiras comerciais surgem como um obstáculo adicional significativo, ameaçando o dinamismo das exportações chinesas sustentadas por preços elevados.

O superávit comercial da China com os Estados Unidos aumentou para US$ 33,81 bilhões em agosto, em comparação com US$ 30,84 bilhões em julho. Washington tem reiterado que esse superávit é prova de que o comércio unilateral favorece a economia chinesa.

A política comercial de Bruxelas também se tornou mais protecionista, e os esforços de Pequim para negociar com a União Europeia com o intuito de reduzir as tarifas sobre veículos elétricos chineses não progrediram significativamente.

No mês anterior, o Canadá anunciou uma tarifa de 100% sobre veículos elétricos chineses, além de uma tarifa de 25% sobre aço e alumínio.

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