Cientistas realizam o mapeamento integral do cérebro de um animal pela primeira vez
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Cientistas realizam o mapeamento integral do cérebro de um animal pela primeira vez

Cientistas lograram, pela primeira vez, a proeza de mapear a totalidade do cérebro de um organismo que possui capacidade locomotiva e visual — a mosca-das-frutas (Drosophila melanogaster). Os dados obtidos têm o potencial de fomentar investigações futuras destinadas a elucidar o funcionamento dos circuitos neurais em outros seres vivos.

Nesse órgão diminuto, foram analisados 139.255 neurônios, permitindo a elaboração de diagramas meticulosos da interconexão de cada um deles, além do registro de 50 milhões de sinapses.

“As moscas são capazes de realizar uma gama de atividades complexas, como locomover-se, voar e navegar no ambiente, sendo que os machos ainda emitem sons para atrair as fêmeas. Os diagramas da fiação cerebral constituem um primeiro passo essencial para entendermos os processos que nos interessam — como controlamos nossos movimentos, atendemos a uma chamada telefônica ou reconhecemos um conhecido,” afirmou Gregory Jefferis, do MRC Laboratory of Molecular Biology e da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

O mapeamento foi fruto de uma colaboração internacional entre cientistas, denominada FlyWire Consortium, que abrange 76 laboratórios e 287 pesquisadores ao redor do globo, além de contar com a participação de voluntários. Os resultados da análise foram divulgados na prestigiada revista Nature nesta quarta-feira (2).

Os dados gerados foram disponibilizados em um banco público e gratuito, propiciando o avanço de novas investigações por meio do mapeamento dos neurônios da mosca-das-frutas. Foram acumulados 100 terabytes de imagens de 140.000 neurônios, bem como informações sobre 50 milhões de conexões entre eles.

“Para o futuro, aspiramos a realizar comparações sobre as ocorrências que se desenrolam quando há disfunções em nossos cérebros, especialmente em relação a condições de saúde mental,” declarou Mala Murthy, da Universidade de Princeton, uma das co-líderes da pesquisa.

Com as informações coletadas, os cientistas identificaram que aproximadamente 0,5% dos neurônios apresentam variações que podem induzir a conexões inadequadas — um aspecto que poderá ser objeto de investigações futuras, visando determinar se tais modificações estão relacionadas à singularidade individual ou a distúrbios cerebrais.

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