Exército aguarda decisão cautelar para afastamento de militares indiciados em suposto plano golpista
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Exército aguarda decisão cautelar para afastamento de militares indiciados em suposto plano golpista

Indiciamento de oficiais atinge as mais altas esferas da corporação e suscita apreensão quanto aos possíveis reflexos na integridade institucional das Forças Armadas

 

Entre os 37 indivíduos formalmente indiciados por sua presumida vinculação a um plano de golpe de Estado no Brasil, 25 pertencem às fileiras militares. Dentre esses, 13 integram, na condição de oficiais da ativa, os quadros do Exército Brasileiro.

Os implicados pertencem, em sua maioria, às patentes de coronel e tenente-coronel, figuras já sob escrutínio em investigações pregressas que, em algum momento, tiveram seus nomes expostos, seja por operações conduzidas pelas autoridades, seja pela revelação de documentos anteriormente protegidos por sigilo.

Fontes vinculadas à corporação assinalam que o Exército, embora acompanhe de perto a evolução dos fatos, tende a aguardar a determinação de uma ordem judicial mais explícita para proceder ao afastamento dos indiciados de suas funções.

Nesse contexto, espera-se que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, venha a deliberar, no transcorrer do processo, sobre a adoção de medidas cautelares que possam culminar no afastamento temporário dos envolvidos. Cumpre destacar que, à luz das informações disponíveis, os oficiais de maior patente não estão, atualmente, alocados em posições consideradas sensíveis ou estratégicas para a estrutura da corporação.

Um exemplo ilustrativo é o caso do general Nilton Diniz Rodrigues, atual comandante da 2ª Brigada de Infantaria de Selva, sediada na cidade de São Gabriel da Cachoeira, na região do Alto Rio Negro. Embora desempenhe atualmente funções de menor visibilidade, o general ocupou, no passado, postos de relevância, especialmente quando chefiava o 1º Batalhão de Forças Especiais e o Comando de Operações Especiais, ambos localizados em Goiânia (GO). À época em que o suposto plano golpista teria sido arquitetado, ele estava diretamente à frente dessas unidades.

Adicionalmente, o inquérito tem como figura central Mauro Cid, colaborador ativo da Polícia Federal, que já se encontra afastado de suas atribuições.

O tenente-coronel central no inquérito que apura a existência de um suposto plano de golpe no Brasil compareceu nesta quinta-feira (21) a um novo depoimento, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a oitiva, Moraes decidiu manter integralmente os termos da delação premiada firmada pelo oficial, reforçando o peso das acusações contra os envolvidos.

O indiciamento repercute de maneira incisiva nas camadas superiores do Exército, atingindo diretamente a sua cúpula. Entre os militares, prevalece a inquietação sobre os potenciais reflexos que essa situação poderá desencadear na credibilidade e no funcionamento da instituição.

O Exército Brasileiro, atualmente composto por um efetivo superior a 200 mil homens, tem em seu ápice hierárquico cerca de 120 generais. Destes, sete figuram entre os indiciados, sendo que quatro desempenharam funções de destaque no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, expondo a interface entre altos comandos militares e as esferas políticas.

Entre os nomes de maior proeminência estão os generais Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Braga Netto, ambos ex-ministros da Defesa. Braga Netto acumulou ainda a chefia da Casa Civil e foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Outro nome de relevância, o general Augusto Heleno, comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), enquanto o general Mário Fernandes chegou a ocupar, ainda que interinamente, o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.

 

Veja abaixo as patentes dos militares do Exército indiciados pelo suposto plano de golpe:

  • 7 generais
  • 7 coronéis
  • 6 tenentes-coronéis
  • 1 major
  • 2 capitães
  • 1 subtenente

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