As Empresas Progrediram no Âmbito da Sustentabilidade, Mas Enfrentam Obstáculos no Compreendimento da Inteligência Artificial, Revela Relatório
Pesquisa com Executivos Indica que 77% Consideram que as Corporações Devem Assumir Responsabilidade pelas Questões que Afetam a Sociedade
Quanto os conselhos das empresas devem se responsabilizar por preocupações da sociedade?
77% apontam que questões devem ser levadas em consideração
Responsabilidade primária, maior ou igual aos interesses da empresa: 23%
Interesse da empresa é primário, mas responsabilidade é significativa: 54%
Responsabilidade moderada, que deve ser alinhada aos interesses da companhia: 16%
Responsabilidade limitada, foco é maximizar retorno ao acionista: 6%
Nenhuma responsabilidade: 1%
Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead
Com o passar do tempo, as corporações lograram progressos notáveis na incorporação da sustentabilidade como um pilar estratégico em suas agendas. Todavia, persistem dificuldades significativas na compreensão da inteligência artificial (IA), bem como na adaptação de suas práticas à utilização eficaz dessa tecnologia emergente.
“Essas dinâmicas interconectadas impõem aos conselheiros corporativos o desafio de navegar por um cenário cada vez mais imprevisível, caracterizado por demandas conflitantes e, frequentemente, carregadas de conotações políticas. Simultaneamente, é imperativo que os diretores administrem as expectativas contraditórias de diversas partes interessadas – incluindo grupos ativistas – em um mundo que se mostra cada vez mais polarizado”, salienta o relatório.
“Nosso estudo lança luz sobre os esforços intensos das diretorias na abordagem dessas questões”, complementa o documento.
A pesquisa foi conduzida junto a 444 diretores e executivos de todo o globo e incluiu a realização de 12 mesas redondas, reunindo mais de 130 conselheiros provenientes da América do Norte, Europa, Sudeste Asiático, África e América do Sul.
Neste ano, o levantamento sublinhou uma evolução positiva na percepção dos líderes corporativos sobre a capacidade de suas organizações em enfrentar questões de sustentabilidade. De acordo com os dados, 82% dos entrevistados afirmaram que as empresas onde atuam dispõem de um entendimento claro e robusto para lidar com essa temática.
A companhia tem uma clara compreensão sobre como e quanto esses assuntos afetam seus negócios?
Posicionamento das empresas sobre sustentabilidade melhorou, enquanto IA é um assunto com pouca clareza
Sustentabilidade:
Concordo Fortemente: 35%
Concordo Moderadamente: 47%
Nem Discordo nem Concordo: 9%
Discordo Moderadamente: 7%
Discordo Fortemente: 2%
IA Generativa:
Concordo Fortemente: 12%
Concordo Moderadamente: 36%
Nem Discordo nem Concordo: 24%
Discordo Moderadamente: 22%
Discordo Fortemente: 7%
Geopolítica e Comércio Exterior:
Concordo Fortemente: 22%
Concordo Moderadamente: 50%
Nem Discordo nem Concordo: 16%
Discordo Moderadamente: 10%
Discordo Fortemente: 1%
Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead
*Total não crava em 100% pois resultados estão arredondados
Ao observar detalhadamente os dados setoriais, constata-se que as empresas de energia e utilidades destacam-se por uma compreensão mais avançada das questões de sustentabilidade. Esse avanço reflete o impacto direto da transição energética sobre suas operações: 90% dos executivos desse setor afirmam que suas organizações possuem conhecimento sólido para lidar com desafios relacionados ao clima e ao meio ambiente.
“O estudo revela que as lições assimiladas pelos conselhos administrativos ao enfrentarem questões de sustentabilidade têm impulsionado uma transformação em direção a um modelo mais moderno e eficaz de governança corporativa”, destaca o relatório.
A pesquisa também evidencia que as empresas têm procurado maior agilidade e visão estratégica ao abordar esses temas. Esse movimento inclui a antecipação de riscos e a formulação de ações proativas que ampliem a capacidade de adaptação em cenários de incerteza.
“É imperativo aceitar a natureza intrínseca das incertezas; a ideia de controle absoluto é ilusória. Tal postura exige um alto grau de resiliência tanto das pessoas quanto das organizações — e essa qualidade é mais essencial do que quaisquer ações específicas”, declarou um dos executivos entrevistados.
Entre as abordagens mais frequentes adotadas pelas empresas, destacam-se aquelas relacionadas a investimentos estratégicos. Segundo o levantamento, 69% dos executivos indicaram que suas organizações implementam, no mínimo, investimentos de longo prazo em tecnologias emergentes ou práticas de alocação de recursos flexíveis. Essas estratégias sinalizam um comprometimento crescente com a construção de um futuro empresarial mais robusto e adaptável.
Que práticas a companhia têm adotado para lidar com sustentabilidade?
69% dos respondentes apontaram que empresas ao menos investem em tecnologia ou apostam em recursos flexíveis
Alocar recursos para investimentos de longo prazo em novas tecnologias: 49%
Adotar alocação de recursos flexíveis: 40%
Diversificar portfólio corporativo: 30%
Adaptar abordagens sobre carbono ante expectativas crescentes sobre sustentabilidade: 25%
Não mudar alocação de recursos: 15%
Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead
Dada a crescente complexidade dos desafios enfrentados, o relatório destaca que o cenário empresarial não apenas se torna mais intrincado, como também eleva a importância e o prestígio do trabalho desempenhado pelos conselheiros corporativos.
“À medida que as questões assumem maior sofisticação, o bom senso comercial e a integridade pessoal tornam-se atributos tão indispensáveis quanto o profundo domínio técnico e estratégico do universo empresarial”, afirma a consultoria em sua análise.
Entretanto, uma das questões mais desafiadoras, que continua a inquietar o mundo corporativo, é o papel da inteligência artificial (IA) generativa. Os dados revelam que menos da metade das empresas se consideram preparadas para lidar com essa tecnologia disruptiva, e apenas 37% dos executivos afirmam possuir clareza sobre como utilizá-la estrategicamente para impulsionar a competitividade de suas organizações.
A companhia tem buscado transformar suas defasagens em vantagens competitivas?
Posicionamento das empresas sobre sustentabilidade melhorou, enquanto IA é um assunto com pouca clarez
Sustentabilidade:
Concordo Fortemente: 15%
Concordo Moderadamente: 35%
Nem Discordo nem Concordo: 24%
Discordo Moderadamente: 21%
Discordo Fortemente: 6%
IA Generativa:
Concordo Fortemente: 10%
Concordo Moderadamente: 27%
Nem Discordo nem Concordo: 29%
Discordo Moderadamente: 24%
Discordo Fortemente: 10%
Geopolítica e Comércio Exterior:
Concordo Fortemente: 10%
Concordo Moderadamente: 34%
Nem Discordo nem Concordo: 31%
Discordo Moderadamente: 20%
Discordo Fortemente: 4%
Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead
*Total não crava em 100% pois resultados estão arredondados
E tem mais: 18% dos respondentes admitiram que nem têm ideia dos planos de suas empresas para lidar com a tecnologia.
Que práticas a companhia têm adotado para lidar com IA?
Ao menos uma das três principais práticas foram indicadas por 70% dos respondentes
Investimentos em novas tecnologias: 44%
Adotar alocação de recursos flexíveis: 30%
Teste de novos produtos e serviços: 27%
Não souberam responder: 18%
Comprar outros negócios para otimizar oferta: 11%
Incrementar reservas financeiras para estar preparado para oportunidades e desafios: 11%
Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead