As Empresas Progrediram no Âmbito da Sustentabilidade, Mas Enfrentam Obstáculos no Compreendimento da Inteligência Artificial, Revela Relatório
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As Empresas Progrediram no Âmbito da Sustentabilidade, Mas Enfrentam Obstáculos no Compreendimento da Inteligência Artificial, Revela Relatório

Pesquisa com Executivos Indica que 77% Consideram que as Corporações Devem Assumir Responsabilidade pelas Questões que Afetam a Sociedade

 

As altas cúpulas empresariais, ao redor do globo, se veem imersas na necessidade urgente de confrontar uma multiplicidade de questões cruciais e profundamente sensíveis ao contexto social contemporâneo. Entre essas, as preocupações com o clima e a sustentabilidade emergem como algumas das mais prementes, refletindo uma crescente conscientização sobre os desafios ambientais que demandam ação imediata e eficaz.

Contudo, além dessas questões, outras problemáticas de peso considerável têm ganhado relevância nas agendas corporativas, destacando-se as tensões geopolíticas e as inovações tecnológicas disruptivas, com especial ênfase na inteligência artificial (IA) generativa – uma área que, apesar de seu imenso potencial transformador, ainda desafia a compreensão profunda e a adaptação das empresas.

A terceira edição do relatório “Como os Conselhos Estão Evoluindo para Enfrentar Desafios que Vão da Sustentabilidade à Volatilidade Geopolítica”, realizado em parceria entre as consultorias BCG, Heidrick & Struggles e o Centro de Governança Corporativa da Insead, revela uma percepção significativa entre os executivos: 77% dos entrevistados defendem que os conselhos das empresas devem assumir um papel ativo e responsável em relação às questões que geram preocupação na sociedade, reconhecendo a necessidade de ações empresariais que transcendem os interesses meramente econômicos e se alinham com os desafios globais que afetam diretamente a coletividade.

 

 

Quanto os conselhos das empresas devem se responsabilizar por preocupações da sociedade?
77% apontam que questões devem ser levadas em consideração

Responsabilidade primária, maior ou igual aos interesses da empresa: 23%

Interesse da empresa é primário, mas responsabilidade é significativa: 54%

Responsabilidade moderada, que deve ser alinhada aos interesses da companhia: 16%

Responsabilidade limitada, foco é maximizar retorno ao acionista: 6%

Nenhuma responsabilidade: 1%

Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead

 

 

Com o passar do tempo, as corporações lograram progressos notáveis na incorporação da sustentabilidade como um pilar estratégico em suas agendas. Todavia, persistem dificuldades significativas na compreensão da inteligência artificial (IA), bem como na adaptação de suas práticas à utilização eficaz dessa tecnologia emergente.

“Essas dinâmicas interconectadas impõem aos conselheiros corporativos o desafio de navegar por um cenário cada vez mais imprevisível, caracterizado por demandas conflitantes e, frequentemente, carregadas de conotações políticas. Simultaneamente, é imperativo que os diretores administrem as expectativas contraditórias de diversas partes interessadas – incluindo grupos ativistas – em um mundo que se mostra cada vez mais polarizado”, salienta o relatório.

“Nosso estudo lança luz sobre os esforços intensos das diretorias na abordagem dessas questões”, complementa o documento.

A pesquisa foi conduzida junto a 444 diretores e executivos de todo o globo e incluiu a realização de 12 mesas redondas, reunindo mais de 130 conselheiros provenientes da América do Norte, Europa, Sudeste Asiático, África e América do Sul.

Neste ano, o levantamento sublinhou uma evolução positiva na percepção dos líderes corporativos sobre a capacidade de suas organizações em enfrentar questões de sustentabilidade. De acordo com os dados, 82% dos entrevistados afirmaram que as empresas onde atuam dispõem de um entendimento claro e robusto para lidar com essa temática.

 

 

A companhia tem uma clara compreensão sobre como e quanto esses assuntos afetam seus negócios?
Posicionamento das empresas sobre sustentabilidade melhorou, enquanto IA é um assunto com pouca clareza
Sustentabilidade:

Concordo Fortemente: 35%

Concordo Moderadamente: 47%

Nem Discordo nem Concordo: 9%

Discordo Moderadamente: 7%

Discordo Fortemente: 2%

IA Generativa:

Concordo Fortemente: 12%

Concordo Moderadamente: 36%

Nem Discordo nem Concordo: 24%

Discordo Moderadamente: 22%

Discordo Fortemente: 7%

Geopolítica e Comércio Exterior:

Concordo Fortemente: 22%

Concordo Moderadamente: 50%

Nem Discordo nem Concordo: 16%

Discordo Moderadamente: 10%

Discordo Fortemente: 1%

Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead

*Total não crava em 100% pois resultados estão arredondados

 

 

Ao observar detalhadamente os dados setoriais, constata-se que as empresas de energia e utilidades destacam-se por uma compreensão mais avançada das questões de sustentabilidade. Esse avanço reflete o impacto direto da transição energética sobre suas operações: 90% dos executivos desse setor afirmam que suas organizações possuem conhecimento sólido para lidar com desafios relacionados ao clima e ao meio ambiente.

“O estudo revela que as lições assimiladas pelos conselhos administrativos ao enfrentarem questões de sustentabilidade têm impulsionado uma transformação em direção a um modelo mais moderno e eficaz de governança corporativa”, destaca o relatório.

A pesquisa também evidencia que as empresas têm procurado maior agilidade e visão estratégica ao abordar esses temas. Esse movimento inclui a antecipação de riscos e a formulação de ações proativas que ampliem a capacidade de adaptação em cenários de incerteza.

“É imperativo aceitar a natureza intrínseca das incertezas; a ideia de controle absoluto é ilusória. Tal postura exige um alto grau de resiliência tanto das pessoas quanto das organizações — e essa qualidade é mais essencial do que quaisquer ações específicas”, declarou um dos executivos entrevistados.

Entre as abordagens mais frequentes adotadas pelas empresas, destacam-se aquelas relacionadas a investimentos estratégicos. Segundo o levantamento, 69% dos executivos indicaram que suas organizações implementam, no mínimo, investimentos de longo prazo em tecnologias emergentes ou práticas de alocação de recursos flexíveis. Essas estratégias sinalizam um comprometimento crescente com a construção de um futuro empresarial mais robusto e adaptável.

 

 

Que práticas a companhia têm adotado para lidar com sustentabilidade?
69% dos respondentes apontaram que empresas ao menos investem em tecnologia ou apostam em recursos flexíveis

Alocar recursos para investimentos de longo prazo em novas tecnologias: 49%

Adotar alocação de recursos flexíveis: 40%

Diversificar portfólio corporativo: 30%

Adaptar abordagens sobre carbono ante expectativas crescentes sobre sustentabilidade: 25%

Não mudar alocação de recursos: 15%

Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead

 

 

Dada a crescente complexidade dos desafios enfrentados, o relatório destaca que o cenário empresarial não apenas se torna mais intrincado, como também eleva a importância e o prestígio do trabalho desempenhado pelos conselheiros corporativos.

“À medida que as questões assumem maior sofisticação, o bom senso comercial e a integridade pessoal tornam-se atributos tão indispensáveis quanto o profundo domínio técnico e estratégico do universo empresarial”, afirma a consultoria em sua análise.

Entretanto, uma das questões mais desafiadoras, que continua a inquietar o mundo corporativo, é o papel da inteligência artificial (IA) generativa. Os dados revelam que menos da metade das empresas se consideram preparadas para lidar com essa tecnologia disruptiva, e apenas 37% dos executivos afirmam possuir clareza sobre como utilizá-la estrategicamente para impulsionar a competitividade de suas organizações.

 

 

A companhia tem buscado transformar suas defasagens em vantagens competitivas?

Posicionamento das empresas sobre sustentabilidade melhorou, enquanto IA é um assunto com pouca clarez

Sustentabilidade:

Concordo Fortemente: 15%

Concordo Moderadamente: 35%

Nem Discordo nem Concordo: 24%

Discordo Moderadamente: 21%

Discordo Fortemente: 6%

IA Generativa:

Concordo Fortemente: 10%

Concordo Moderadamente: 27%

Nem Discordo nem Concordo: 29%

Discordo Moderadamente: 24%

Discordo Fortemente: 10%

Geopolítica e Comércio Exterior:

Concordo Fortemente: 10%

Concordo Moderadamente: 34%

Nem Discordo nem Concordo: 31%

Discordo Moderadamente: 20%

Discordo Fortemente: 4%

Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead

*Total não crava em 100% pois resultados estão arredondados

 

 

E tem mais: 18% dos respondentes admitiram que nem têm ideia dos planos de suas empresas para lidar com a tecnologia.

 

 

Que práticas a companhia têm adotado para lidar com IA?
Ao menos uma das três principais práticas foram indicadas por 70% dos respondentes

Investimentos em novas tecnologias: 44%

Adotar alocação de recursos flexíveis: 30%

Teste de novos produtos e serviços: 27%

Não souberam responder: 18%

Comprar outros negócios para otimizar oferta: 11%

Incrementar reservas financeiras para estar preparado para oportunidades e desafios: 11%

Fonte: Pesquisa de diretores da BCG, Heidrick & Struggles e Centro de Governança Corporativa Insead

 

 

O relatório aponta sinais de alerta significativos no que diz respeito à adoção da inteligência artificial generativa nas organizações. Apesar de a maioria dos conselheiros ser capaz de elencar as ações que suas empresas estão implementando para integrar essa tecnologia, um preocupante percentual de 18% dos entrevistados admitiu desconhecer quaisquer medidas adotadas por suas respectivas corporações nesse âmbito.

“Os conselhos de administração podem alcançar maior familiaridade com essas questões emergentes ao longo do tempo, especialmente se aplicarem o mesmo rigor investigativo que têm empregado em relação à sustentabilidade”, ressalta o documento.

A análise também destaca a relevância de uma abordagem mais abrangente para o acesso a informações. “Em 2023, observamos que os conselhos recorriam a uma diversidade de fontes internas e externas para se informar, mas, de maneira geral, expressavam o desejo de ampliar o uso de fontes externas como uma estratégia para adquirir maior literacia sobre os temas mais recentes”, detalha o relatório.

Essa constatação sublinha a importância de uma postura proativa dos conselheiros, q

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