Governo manifesta apoio contundente ao Projeto de Reciprocidade Ambiental
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Governo manifesta apoio contundente ao Projeto de Reciprocidade Ambiental

Proposta legislativa proíbe a formalização de acordos internacionais que restrinjam exportações brasileiras para países que não mantenham níveis de emissões de gases poluentes iguais ou inferiores aos observados no Brasil

 

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) declarou oficialmente seu respaldo ao Projeto de Lei conhecido como PL da Reciprocidade, atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. A medida, que se apresenta como um marco na defesa da soberania econômica e ambiental brasileira, reflete uma postura firme diante de restrições comerciais de caráter desigual.

A manifestação ocorre em um momento diplomático sensível, logo após o Carrefour, multinacional francesa, emitir um pedido de desculpas ao Brasil por declarações controversas sobre a carne oriunda do Mercosul.

O cerne da proposta reside na vedação à assinatura de tratados internacionais que imponham limites à exportação de produtos brasileiros, a menos que os países signatários demonstrem compromisso com normas ambientais equivalentes às praticadas pelo Brasil.

De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o Brasil destaca-se por adotar rigorosas normas sanitárias e ambientais na defesa agropecuária, superando, em muitos casos, os padrões estabelecidos por outras nações.

Em nota oficial, Fávaro reiterou o compromisso do Brasil com o diálogo internacional sobre boas práticas ambientais e trabalhistas, enfatizando que a reciprocidade é um princípio legítimo e imprescindível.

“É plenamente justificável que possamos exigir equidade nas relações internacionais,” afirmou o ministro, reforçando a postura do governo em prol de um comércio global mais justo e sustentável.

O Projeto de Lei da Reciprocidade, apresentado pelo deputado Tião Medeiros (PP-PR) e coassinado por outros quinze parlamentares, surge como uma estratégia de defesa dos interesses nacionais, ao mesmo tempo em que visa promover um equilíbrio justo nas interações internacionais relativas ao meio ambiente. Em sua justificativa, os autores sublinham a importância da proposta como um instrumento para preservar a integridade ecológica do Brasil e assegurar que as políticas ambientais do país sejam respeitadas nas relações comerciais globais.

A iniciativa estabelece, ainda, que, caso o projeto seja aprovado e sancionado, caberá ao Poder Executivo regulamentá-lo, criando o Programa Nacional de Monitoramento da Isonomia Internacional de Políticas Ambientais. Este programa será encarregado de avaliar e garantir que as nações com as quais o Brasil mantém vínculos comerciais e ambientais adotem práticas equivalentes em termos de controle e mitigação de impactos ambientais, especialmente no que tange às emissões de gases de efeito estufa.

Adicionalmente, um dos pontos centrais da proposta veda a entrada no mercado interno de produtos e bens originários de países que não atendam aos critérios ambientais estabelecidos pelo Brasil. O texto determina que somente serão autorizados para comercialização no país os produtos oriundos de nações que adotem e cumpram níveis de emissões de gases de efeito estufa iguais ou inferiores aos registrados no Brasil, reforçando o compromisso nacional com a sustentabilidade e a preservação ambiental.

 

Carta de Retratação

Na carta de retratação encaminhada ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, reconheceu a “qualidade e o respeito às normas” que caracterizam a carne brasileira, enfatizando que a polêmica gerada foi resultado de uma falha de comunicação interna do grupo francês.

Em um gesto direcionado ao setor agrícola da França, Bompard anunciou que as unidades do Carrefour localizadas naquele país deixariam de comercializar carnes provenientes do Mercosul, uma declaração que rapidamente gerou uma reação negativa tanto do governo brasileiro quanto do setor privado nacional. A posição adotada pela multinacional francesa, ao se alinhar com os interesses de uma parcela da agricultura europeia, foi interpretada como uma afronta aos princípios da reciprocidade e à reputação internacional do Brasil no setor agropecuário.

A retaliação, por sua vez, refletiu não apenas um desconforto político, mas também a defesa veemente do Brasil em relação à sua produção agrícola, reconhecida mundialmente por seu rigor sanitário e ambiental.

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