Brasil Atende à Meta da ONU no Combate ao HIV
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Brasil Atende à Meta da ONU no Combate ao HIV

País diagnostica 96% das pessoas estimadas como portadoras do HIV; Ministério da Saúde lançará novas estratégias de conscientização e estabelece metas mais ambiciosas para erradicação da doença até 2027

 

Em 2023, o Brasil alcançou um marco significativo no combate à epidemia de HIV, ao diagnosticar 96% das pessoas estimadas como portadoras do vírus causador da AIDS, que até então desconheciam sua condição sorológica.

Esse resultado, que reflete a precisão do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV e AIDS (Unaids), se fundamenta em estimativas cuidadosas sobre a população vivendo com o HIV, demonstrando um avanço considerável no diagnóstico precoce. Com tal êxito, o Brasil não apenas cumpre, mas supera uma das metas globais estabelecidas pela Organização das Nações Unidas (ONU), que preconiza que ao menos 95% das pessoas infectadas pelo HIV sejam diagnosticadas.

Além dessa notável conquista, a ONU definiu duas outras metas de igual importância: garantir que 95% das pessoas diagnosticadas estejam em tratamento antirretroviral – terapêutica crucial no controle do vírus – e assegurar que 95% das pessoas em tratamento atinjam a supressão viral, condição na qual o HIV se torna indetectável, eliminando o risco de transmissão.

Com 96% de diagnóstico concluído, o Brasil também registrou avanços significativos nas demais frentes de combate ao HIV. Atualmente, 82% das pessoas diagnosticadas estão em tratamento antirretroviral, e 95% dessas estão em supressão viral, cumprindo a última meta estipulada pela ONU. Este resultado foi formalmente celebrado pelo Ministério da Saúde ainda em 2023.

Diante dessa sólida base de conquistas, o Ministério da Saúde se prepara para lançar uma nova campanha de conscientização pública, juntamente com novas metas de controle e erradicação do HIV, com a ambiciosa perspectiva de erradicar a epidemia até 2027.

O anúncio de que o Brasil atingiu a impressionante marca de 96% de diagnósticos entre as pessoas estimadas como portadoras do HIV foi realizado pelo Ministério da Saúde nesta quinta-feira (28), durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT). A pasta atribui esse avanço no diagnóstico à ampliação da oferta da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), estratégia inovadora e eficaz no combate à propagação do vírus.

A Profilaxia Pré-Exposição consiste no uso diário de uma combinação de dois medicamentos antirretrovirais, sendo comprovada sua capacidade de reduzir em mais de 90% o risco de infecção quando a pessoa está exposta ao HIV. Para se beneficiar dessa terapêutica, no entanto, é necessário realizar o teste diagnóstico previamente.

Com o aumento no diagnóstico, mais pessoas com HIV foram detectadas e imediatamente integradas ao tratamento antirretroviral, essencial para o controle da infecção. No entanto, o ministério destaca que um dos maiores desafios agora reside em reconectar os indivíduos que interromperam seus tratamentos ou foram negligenciados, muitos deles no período de gestões anteriores. Adicionalmente, é fundamental garantir que todas as pessoas recém-diagnosticadas tenham acesso ao tratamento adequado, assegurando-lhes, assim, uma melhor qualidade de vida.

Campanha de Conscientização

Na mesma data, quinta-feira (28), o Ministério da Saúde anunciou o lançamento de uma campanha nacional de conscientização sobre o HIV, com o slogan: “HIV. É sobre viver, conviver e respeitar. Teste e trate. Previna-se”. A iniciativa visa informar e sensibilizar a população, destacando a importância da testagem, do tratamento adequado e das práticas preventivas no combate à epidemia.

A campanha contará com a veiculação de vídeos publicitários, nos quais serão esclarecidas as principais dúvidas sobre o vírus, com ênfase nas formas de transmissão e nas medidas preventivas. O objetivo é proporcionar à sociedade um entendimento mais amplo e aprofundado sobre o HIV, quebrando estigmas e promovendo um ambiente de respeito e inclusão para todos.

 

Metas para 2027

Durante a reunião com a Comissão Intergestores Tripartite, o Ministério da Saúde também apresentou as novas metas para o combate ao HIV e à AIDS no Brasil, estabelecidas em colaboração com gestores estaduais e nacionais, movimentos sociais e organizações da sociedade civil. Essas diretrizes visam não apenas consolidar os avanços já alcançados, mas também acelerar o controle da epidemia e promover a erradicação do HIV como um problema de saúde pública no país.

Entre os objetivos mais ambiciosos, destaca-se a meta de reduzir em 50% a mortalidade associada à AIDS e ampliar em 142% o número de usuários da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), com o intuito de expandir a prevenção e proteger ainda mais a população vulnerável. Essas metas, denominadas “Diretrizes para a eliminação da AIDS e da transmissão do HIV como problemas de saúde no Brasil”, devem ser atingidas até 2027, alinhando esforços para uma abordagem integrada e eficaz no combate à epidemia.

A seguir, estão delineadas algumas das principais diretrizes estabelecidas para alcançar essas ambiciosas metas:

 

  • Reduzir a proporção de pessoas com diagnóstico tardio na rede pública para 40%;
  • Testar para HIV 95% das pessoas diagnosticadas com tuberculose;
  • Ter 95% das gestantes realizando um teste de diagnóstico para HIV durante o pré-natal.

 

O plano delineado pelo Ministério da Saúde estabelece a base para que o Brasil elimine a AIDS e a transmissão do HIV como problemas de saúde pública até 2030, alinhando-se a uma das metas do programa Brasil Saudável. Este programa visa reduzir a incidência de 14 doenças e infecções, com foco particular nas populações mais vulneráveis e marginalizadas, que são as mais afetadas por essas condições.

Para alcançar tal objetivo, o governo federal identificou uma série de estratégias fundamentais no combate à AIDS. Essas estratégias abrangem ações integradas que envolvem desde a ampliação do acesso ao diagnóstico e tratamento até a implementação de políticas de prevenção mais eficazes. A seguir, apresentamos algumas das principais iniciativas elencadas pelo governo para garantir o progresso contínuo na luta contra a AIDS:

 

  • Potencialização da sustentabilidade financeira e técnica do Sistema Único de Saúde (SUS);
  • Incentivo ao desenvolvimento de pesquisas;
  • Ampliação das políticas de redução de discriminação;
  • Articulação com organizações da sociedade civil;
  • Aprimoramento da comunicação em saúde sobre o cuidado contínuo.

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