A preocupação dos pastores vai além dos candidatos: a aliança de Weverson com PT e partidos de extrema esquerda e seu impacto na Serra
A eleição municipal de segundo turno na Serra tem gerado intensos debates nos bastidores das lideranças evangélicas da cidade. Embora as atenções públicas se concentrem nas figuras de Weverson (PDT) e Pablo (Republicanos), as preocupações das lideranças religiosas vão além dos perfis individuais dos candidatos. O foco está na composição política em torno de Weverson e nas implicações de sua aliança com partidos de extrema esquerda, como PT, PSOL, PV e Rede.
Em conversas com líderes religiosos, nossa equipe apurou uma crescente inquietação sobre o plano de governo de Weverson e a possibilidade de que secretarias municipais estratégicas sejam loteadas entre ativistas da extrema esquerda, principalmente nas áreas de educação e saúde. A preocupação é que essas pastas, sob influência de grupos progressistas, possam adotar políticas públicas que entrem em confronto direto com os valores conservadores defendidos pela comunidade evangélica.
Entre os pontos mais sensíveis está a inclusão de temas como sexualidade, diversidade e inclusão no currículo da educação infantil, conforme proposto no plano de governo de Weverson. A introdução desses debates nas escolas da Serra é vista por muitos pastores como uma afronta à preservação dos valores familiares tradicionais e ao ensino com base em princípios cristãos. Essas propostas são consideradas uma linha vermelha para uma parte significativa da população, que prioriza uma educação mais alinhada às suas crenças religiosas.
Além disso, a aliança com partidos de esquerda que defendem pautas como a descriminalização do aborto e os direitos da comunidade LGBTI+ reforça as preocupações. A influência desses grupos nas políticas de saúde e educação preocupa as lideranças, que temem um distanciamento das políticas públicas dos princípios morais que guiam a maioria cristã na Serra.
Por outro lado, a candidatura de Pablo (Republicanos) tem gerado simpatia crescente entre os evangélicos, especialmente pelo fato de sua vice, Magda Novaes, ser pastora. Isso reforça a confiança das lideranças religiosas de que a chapa está mais comprometida com os valores cristãos e conservadores. Além disso, o Republicanos já demonstrou uma gestão eficaz na capital, Vitória, sendo elogiado por seu papel no desenvolvimento da cidade e na melhoria da qualidade dos serviços públicos. A divisão das secretarias na gestão de Vitória foi feita de maneira mais técnica e menos política, o que gerou uma percepção positiva de governança eficiente e alinhada às expectativas do eleitorado conservador.
Esses fatores consolidam a visão de que um governo de Pablo seria mais alinhado aos valores das igrejas evangélicas, em oposição ao modelo de Weverson, cuja aliança com partidos de extrema esquerda levanta preocupações quanto à preservação dos princípios morais que formam a base da sociedade cristã da Serra. Assim, a influência evangélica, que representa uma parcela significativa do eleitorado, poderá ser decisiva no rumo da eleição e no futuro político da cidade.