Aliados apostam no “fator político” para mitigar risco de prisão de Bolsonaro
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Aliados apostam no “fator político” para mitigar risco de prisão de Bolsonaro

STF deve remeter à PGR o processo sobre o indiciamento de Bolsonaro nos próximos dias

 

Após o recente indiciamento, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestam inquietação frente à possibilidade de um pedido formal de prisão. Contudo, avaliam que o impacto do chamado “fator político” pode funcionar como um escudo estratégico.

O círculo próximo a Bolsonaro reconhece a fragilidade crescente do ex-mandatário perante o avanço das investigações, especialmente no que concerne ao alegado plano de ruptura institucional.

A Polícia Federal (PF) já enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um relatório conclusivo contendo acusações graves, incluindo a suposta trama para atentar contra a vida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes.

Nos próximos dias, o STF deve encaminhar os autos à Procuradoria-Geral da República (PGR). A expectativa é que Paulo Gonet, procurador-geral, apresente denúncia formal apenas no próximo ano, dando continuidade ao caso.

Apesar da iminência de novos desdobramentos, o entorno de Bolsonaro fundamenta sua estratégia na tese de que uma eventual prisão do ex-presidente teria um “custo político elevado”, dadas a lealdade e a militância fervorosa de setores mais radicais do bolsonarismo. Tal cenário, argumentam, impõe um cálculo complexo às instituições envolvidas, que precisarão pesar o impacto de suas decisões na estabilidade sociopolítica do país.

Apesar da inelegibilidade imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Jair Bolsonaro tem se posicionado como figura central para as eleições de 2026. A orientação oficial do Partido Liberal (PL) é alimentar a narrativa de uma possível reversão da decisão, embora, nos bastidores, lideranças reconheçam a baixa probabilidade de sucesso nesse intento jurídico.

Ainda assim, a estratégia do partido é clara: consolidar o ex-presidente como o principal nome da direita, fortalecendo seu capital político e mantendo sua relevância no espectro conservador. Entre as alternativas consideradas, Bolsonaro poderia registrar sua candidatura, mesmo inelegível, permitindo que a Justiça Eleitoral inviabilize o registro. Com isso, ele teria margem para indicar um sucessor, mantendo a coesão de sua base.

O nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já foi mencionado como uma possível alternativa, mas a movimentação carece de definição. Paralelamente, cresce a defesa de uma chapa que una o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL), o que poderia reforçar a liderança do grupo e conter o avanço de outras figuras da direita, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que já se declarou pré-candidato para 2026.

A articulação em torno de Tarcísio e Michelle ganha tração entre aliados que buscam uma fórmula para unificar o campo bolsonarista e barrar divisões internas, ao mesmo tempo em que almejam atrair um eleitorado mais amplo para enfrentar desafios eleitorais futuros.

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