Árvores Demonstram Capacidade de Adaptação a Extremos Térmicos, Revela Estudo Científico
Pesquisa evidencia mecanismos adaptativos de espécie típica de florestas boreais, oferecendo subsídios para estratégias inovadoras contra os impactos das mudanças climáticas
Uma investigação científica revelou como uma espécie arbórea nativa das florestas boreais é capaz de prosperar em condições ambientais marcadamente severas, destacando sua resiliência diante de flutuações climáticas extremas.
Conduzido por pesquisadores da Universidade de Michigan, o estudo, publicado recentemente na renomada revista Scientific Reports, teve como principal propósito identificar mecanismos naturais que garantam a persistência da vida em contextos adversos, em meio às intensas transformações climáticas globais.
Para investigar os mecanismos adaptativos da Betula papyrifera, os cientistas realizaram um estudo detalhado do comportamento bioquímico de mudas submetidas a seis cenários ambientais extremos. Essas condições foram simuladas em uma instalação de pesquisa altamente avançada, localizada na Universidade de Western Ontario, capaz de reproduzir, com notável precisão, quase qualquer clima presente na Terra.
As simulações envolveram uma combinação de variações de temperatura e concentrações de dióxido de carbono, permitindo um exame aprofundado das respostas da planta a condições climáticas adversas.
Um dos principais focos da pesquisa foi a análise da atividade enzimática da rubisco, elemento-chave tanto na fotossíntese quanto na fotorrespiração. Os cientistas investigaram se essa atividade seria ajustável às condições ambientais — considerando que o aumento da temperatura costuma intensificar o processo fotorrespiratório, enquanto concentrações elevadas de dióxido de carbono tendem a reduzi-lo — ou se a planta apresentava uma capacidade fixa de fotorrespiração, permitindo-lhe lidar com mudanças ambientais imprevisíveis de forma estável.
Os resultados trouxeram uma revelação intrigante: a atividade fotorrespiratória da B. papyrifera mostrou-se constante e não sofreu alterações significativas diante das variações de temperatura ou de concentração de CO₂. Essa constância, embora esperada, evidencia um mecanismo singular de resiliência, permitindo à espécie sustentar seu equilíbrio metabólico em face de condições extremas.