Por Brasil e China formalizam 37 acordos em múltiplas áreas estratégicas, abrangendo agropecuária e tecnologia
As deliberações pactuadas contemplam parcerias para a expansão do mercado agrícola, intercâmbio educacional e colaboração em inovação tecnológica
Na data de ontem, 20 de novembro, o presidente da República Federativa do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o líder da República Popular da China, Xi Jinping, formalizaram, por meio de um significativo ato diplomático, a celebração de 37 acordos de cooperação que abrangem mais de quinze setores de relevância estratégica, tais como o agronegócio, a troca de experiências educacionais, a integração tecnológica e o fomento a investimentos nos mais diversos campos da economia.
As parcerias resultantes deste entendimento contemplam, entre outras áreas, a infraestrutura, a indústria, a energia, a mineração, as finanças, as telecomunicações, o desenvolvimento sustentável, o turismo, os esportes, a saúde e a cultura, refletindo o amplo escopo da colaboração bilateral.
A visita oficial de Xi Jinping, que ocorreu sob um intenso aparato de segurança, sucede sua participação na Cúpula de Líderes do G20, realizada na cidade do Rio de Janeiro, evento no qual também esteve presente.
No âmbito das trocas comerciais, a China figura como o principal parceiro comercial do Brasil há 15 anos, consolidando-se como um elo fundamental nas dinâmicas econômicas globais. Em 2023, a corrente de comércio entre os dois países atingiu a marca histórica de US$ 157,5 bilhões, conforme dados divulgados pelo Ministério das Relações Exteriores. Entre janeiro e outubro de 2024, o intercâmbio comercial alcançou a expressiva cifra de US$ 136,3 bilhões, com exportações brasileiras no valor de US$ 83,4 bilhões e importações de US$ 52,9 bilhões, resultando em um superávit de US$ 30,4 bilhões para o Brasil.
Em 2023, no primeiro ano de seu terceiro mandato, o presidente Lula realizou uma visita à China com o intuito de fortalecer ainda mais as relações bilaterais. Este ano, além disso, marcou o jubileu de ouro das relações diplomáticas entre os dois países, que completaram cinco décadas de uma parceria sólida e promissora.
Nova Rota da Seda
O Brasil, diante das intensas pressões diplomáticas da China, optou por não se integrar formalmente à Iniciativa Cinturão e Rota (BRI), projeto ambicioso, amplamente conhecido como a Nova Rota da Seda, que visa a alavancagem de investimentos maciços na infraestrutura global, totalizando cerca de US$ 1 trilhão alocados em uma vasta gama de países, com o intuito de expandir a influência geopolítica e econômica da China ao redor do mundo.
Embora o governo brasileiro tenha decidido não aderir integralmente à iniciativa, optando por uma postura de cautela estratégica, um protocolo de entendimento foi assinado, o qual aborda “sinergias” relativas ao projeto, estabelecendo uma base para futuras colaborações pontuais, sem comprometer uma adesão plena aos seus termos.
Visita Oficial
Às 10 horas da manhã de quarta-feira, o presidente da República Popular da China, Xi Jinping, foi oficialmente recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, em Brasília. A ocasião deu início a uma série de encontros de alto nível, durante os quais foram discutidas diversas pautas de interesse bilateral e assinados importantes acordos de cooperação entre os dois países.
Uma reunião ampliada, que contou com a presença de ministros de Estado e outras autoridades de destaque, marcou o aprofundamento das negociações. Entre os participantes, estiveram o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB); o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante; o presidente designado do Banco Central, Gabriel Galípolo; e o embaixador do Brasil na China, Marcos Galvão, refletindo a relevância institucional do encontro.
Ao longo da jornada, o presidente chinês terá a oportunidade de participar de um almoço oferecido por Lula e pela primeira-dama Janja Lula da Silva, também no Palácio da Alvorada, seguido de um jantar oficial no Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty). Estes eventos demonstram a cordialidade e a profundidade da relação entre as duas nações.
Xi Jinping chegou à capital federal na terça-feira, 19 de novembro, após sua participação nas reuniões do G20, realizadas no Rio de Janeiro. Em Brasília, foi recepcionado pelos ministros Rui Costa, da Casa Civil; Ricardo Lewandowski, da Justiça e Segurança Pública; e Alexandre Padilha, das Relações Institucionais, que marcaram sua presença no ato de boas-vindas ao líder chinês.
