Cartilha instrui sobre a abordagem da saúde mental com crianças e adolescentes
SAÚDESOCIAL

Cartilha instrui sobre a abordagem da saúde mental com crianças e adolescentes

Discutir a saúde mental com o público infantojuvenil é essencial para favorecer a compreensão emocional e oferecer apoio na busca por auxílio psicológico, quando necessário. A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) reconhece a promoção da saúde mental e a prevenção de transtornos como pilares cruciais para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, prevenindo prolongamentos na vida adulta.

Com esse intuito, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) lançou, na quarta-feira (11), uma cartilha contendo orientações práticas para pais e responsáveis sobre como dialogar a respeito da saúde mental com suas crianças e adolescentes. O documento organiza diretrizes sobre a linguagem adequada a cada fase etária, indica formas de criar um espaço seguro para o diálogo e ensina a normalizar os diversos tipos de sentimentos.

“O diálogo sobre saúde mental com crianças e adolescentes é imprescindível para ajudá-los a compreender e gerir suas emoções, mas é vital reconhecer que eles não são adultos em miniatura. Portanto, requerem abordagens específicas, considerando sua faixa etária, linguagem, estágio de desenvolvimento e aprendizado”, inicia o texto.

Entre as diretrizes oferecidas pela cartilha estão:

  • Usar linguagem simples e clara, adaptada à idade e evitando termos técnicos que a criança possa ter dificuldade para entender;
  • Ser aberto e acessível, criando um ambiente onde a criança se sinta segura para falar sobre seus sentimentos sem julgamentos;
  • Utilize histórias, livros, filmes, desenhos para ilustrar pontos sobre saúde mental de forma que seja compreensível para a idade da criança;
  • Normalize os sentimentos e explique que é normal sentir emoções como tristeza, raiva e alegria;
  • Ensine estratégias de enfrentamento, com ferramentas práticas para lidar com as emoções, como respiração profunda, contar até dez ou falar com um adulto de confiança — e, em casos necessários, profissionais de saúde;
  • Incentive a expressão emocional, encorajando a criança ou o adolescente a falar sobre como se sente e expressar seus sentimentos;
  • Reforce qualidades e conquistas da criança, ajudando-a a desenvolver a autoestima.

A cartilha também orienta sobre a adaptação das conversas conforme a idade da criança. Para as que têm entre 4 e 7 anos, recomenda-se o uso de termos simplificados e analogias. Já para as de 8 a 12 anos, é possível aprofundar com mais detalhes e exemplos concretos.

 

Quando buscar auxílio profissional?

O documento orienta os pais a manterem vigilância sobre sinais de transtornos mentais, como mudanças repentinas de comportamento. Outros indícios preocupantes incluem tristeza persistente, perda de interesse por atividades previamente prazerosas, alterações no apetite e no sono, além de reclamações frequentes na escola.

Em casos de problemas persistentes ou graves, a ABP aconselha a consulta com um psiquiatra especializado em infância e adolescência. “Observe as reações da criança ou adolescente, mantenha a rotina e esteja atento a mudanças no comportamento ou humor que possam sinalizar dificuldades na assimilação das informações. Se necessário, busque ajuda especializada”, orienta o documento.

Para estimular o engajamento no tratamento, é aconselhável explicar que o profissional poderá auxiliar no manejo das emoções, além de que medicamentos e atividades, como esportes e lazer, também podem ser benéficos.

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