Creatina pode ser sintetizada em plantas comestíveis, revela estudo científico
A nova abordagem tem o potencial de ampliar a produção deste suplemento, além de apresentá-lo como uma alternativa vegana para indivíduos que não consomem produtos de origem animal
Uma equipe de pesquisadores desenvolveu uma metodologia inovadora para a síntese de creatina a partir do cultivo de uma planta. Esta estratégia não apenas promete incrementar a disponibilidade do suplemento esportivo derivado da substância, como também propõe uma solução vegana destinada àqueles que optam por uma dieta isenta de produtos de origem animal. As conclusões dessa pesquisa foram divulgadas na prestigiosa revista Journal of Agricultural and Food Chemistry, pertencente à Sociedade Americana de Química, na última quarta-feira, dia 2.
A creatina é amplamente reconhecida como um dos suplementos alimentares mais valorizados entre atletas e praticantes de musculação. Sua eficácia é amplamente documentada, pois este composto é conhecido por promover o aumento da força, contribuir para o ganho de massa muscular e, ainda, potencializar a resistência e a performance física durante os treinamentos.
Embora o organismo humano seja capaz de produzir este nutriente de maneira endógena, ele também pode ser obtido através de fontes alimentares, como carne vermelha, peixe e frango. Contudo, no recente experimento, os pesquisadores da Universidade de Zhejiang, localizada em Hangzhou, na China, empregaram módulos sintéticos para a produção de creatina em uma planta.
Esses módulos sintéticos continham instruções codificadas em DNA, projetadas para direcionar enzimas na conversão de aminoácidos em creatina. Os cientistas integraram esses módulos à Nicotiana benthamiana, uma planta que se assemelha ao tabaco e é amplamente utilizada como organismo modelo em aplicações de biologia sintética. De acordo com o estudo, a implementação do módulo resultou na produção de 2,3 microgramas de creatina por grama de material vegetal após um período de três dias.
Os pesquisadores repetiram o experimento com outros dois módulos sintéticos: um destinado à codificação de enzimas para a síntese de carnosina, um suplemento alimentar também popular entre os praticantes de exercícios, e outro voltado para a codificação de taurina, um aminoácido frequentemente presente em suplementos pré-treino e em bebidas energéticas.