Exército aguarda decisão cautelar para afastamento de militares indiciados em suposto plano golpista
Indiciamento de oficiais atinge as mais altas esferas da corporação e suscita apreensão quanto aos possíveis reflexos na integridade institucional das Forças Armadas
O tenente-coronel central no inquérito que apura a existência de um suposto plano de golpe no Brasil compareceu nesta quinta-feira (21) a um novo depoimento, conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Após a oitiva, Moraes decidiu manter integralmente os termos da delação premiada firmada pelo oficial, reforçando o peso das acusações contra os envolvidos.
O indiciamento repercute de maneira incisiva nas camadas superiores do Exército, atingindo diretamente a sua cúpula. Entre os militares, prevalece a inquietação sobre os potenciais reflexos que essa situação poderá desencadear na credibilidade e no funcionamento da instituição.
O Exército Brasileiro, atualmente composto por um efetivo superior a 200 mil homens, tem em seu ápice hierárquico cerca de 120 generais. Destes, sete figuram entre os indiciados, sendo que quatro desempenharam funções de destaque no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, expondo a interface entre altos comandos militares e as esferas políticas.
Entre os nomes de maior proeminência estão os generais Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira e Walter Braga Netto, ambos ex-ministros da Defesa. Braga Netto acumulou ainda a chefia da Casa Civil e foi candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022. Outro nome de relevância, o general Augusto Heleno, comandou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), enquanto o general Mário Fernandes chegou a ocupar, ainda que interinamente, o cargo de ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
Veja abaixo as patentes dos militares do Exército indiciados pelo suposto plano de golpe:
- 7 generais
- 7 coronéis
- 6 tenentes-coronéis
- 1 major
- 2 capitães
- 1 subtenente