Países da OCDE Reduzem a Quantidade de Jovens NEET
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Países da OCDE Reduzem a Quantidade de Jovens NEET

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) observou uma diminuição no número de jovens que não estão empregados, não estudam e não estão em formação (NEET).

Embora as mulheres apresentem maior nível de escolaridade em comparação aos homens, o mercado de trabalho permanece desigual. Homens continuam a ter maior taxa de emprego e salários superiores aos das mulheres. O panorama no Brasil é análogo.

O relatório Education at a Glance (EaG) 2024, publicado hoje pela OCDE, oferece indicadores detalhados para comparar os sistemas educacionais dos países membros e regiões participantes.

Notícias correlatas: A escolaridade obrigatória no Brasil é superior à média dos países da OCDE. O investimento público em educação no Brasil caiu entre 2015 e 2021.

O estudo revela que, devido à robustez dos mercados de trabalho e ao aumento da participação educacional, o percentual de jovens entre 18 e 24 anos que não trabalham, não estudam e não estão em formação diminuiu na maioria dos países da OCDE.

Nos países da OCDE, a taxa média de jovens NEET reduziu-se de 15,8% em 2016 para 13,8% em 2023. No Brasil, a taxa, embora superior, também apresentou uma queda, passando de 29,4% para 24% no mesmo intervalo.

O relatório indica uma diminuição no número de jovens adultos sem o ensino médio completo. A redução da percentagem de indivíduos sem qualificação secundária superior—equivalente ao ensino médio brasileiro—tem sido uma meta prioritária em diversas nações. Entre 2016 e 2023, a taxa caiu em 28 dos 35 países membros da OCDE, destacando que a ausência dessa formação eleva significativamente o risco de exclusão social e laboral.

No Brasil, a diminuição foi igualmente notável. O percentual de pessoas entre 25 e 34 anos que não completaram o ensino médio reduziu-se em 8 pontos percentuais de 2016 a 2023.

No Brasil, 27% dos jovens permanecem sem a formação secundária, cifra que excede a média da OCDE, que é de 14%.

O relatório destaca que a ausência de escolaridade é um fator que dificulta a obtenção de emprego. No Brasil, 64% dos jovens de 25 a 34 anos sem ensino médio ou qualificação técnica estão empregados, em contraste com 75% daqueles que completaram essa etapa. As médias para os países da OCDE são, respectivamente, 61% e 79%.

Além disso, os salários dos trabalhadores sem essa formação tendem a ser inferiores.

 

Desigualdade de Gênero

Os dados disponíveis indicam que, em termos educacionais, meninas e mulheres superam meninos e homens em desempenho. Em todos os países membros da OCDE, as mulheres entre 25 e 34 anos têm igual ou maior probabilidade de possuir uma qualificação superior em comparação com seus pares masculinos.

No Brasil, essa tendência é corroborada: 28% das mulheres concluem o ensino superior, em contraste com 20% dos homens. Contudo, apesar da superioridade feminina na educação, a discrepância persiste no mercado de trabalho. Mulheres de 25 a 34 anos têm menor probabilidade de emprego em comparação aos homens.

No Brasil, apenas 44% das mulheres jovens com escolaridade abaixo do ensino médio estão empregadas, enquanto a taxa entre homens na mesma condição é de 80%. Nas médias da OCDE, as taxas correspondem a 47% e 72%, respectivamente.

Os percentuais de emprego aumentam com o nível de escolaridade, mas a disparidade de gênero persiste. Entre jovens com ensino superior, 85% das mulheres estão empregadas, enquanto a taxa é de 92% para homens. Nas médias da OCDE, 84% das mulheres com ensino superior estão empregadas, em comparação com 90% dos homens.

A desigualdade também se reflete na remuneração. Na OCDE, mulheres jovens com qualificação superior ganham, em média, 83% do salário dos homens. No Brasil, essa diferença é mais acentuada, com mulheres recebendo 75% do salário masculino. Para aquelas com ensino médio ou qualificação técnica, a média salarial feminina é 84% do salário masculino na OCDE e 74% no Brasil.

O Brasil participa do Education at a Glance (EaG) desde sua primeira edição em 1997. A OCDE, fundada em 1961 com 38 países membros, visa fomentar o progresso econômico. O Brasil era parceiro da organização até 2022, quando se tornou candidato à adesão.

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