Panfletos e Faixas: Polícia Federal Revela Confeccção de Materiais por Militares para Apoio a “Manifestações Antidemocráticas”
Relatório da Polícia Federal Desvela Troca de Mensagens entre Mario Fernandes e George Hobert Oliveira Lisboa, Envolvendo Ações Subversivas

Rascunho do que seria o material de propaganda da manifestação antidemocrática no QG do Exército • Polícia Federal/PF
A Polícia Federal também obteve a interceptação de uma imagem adicional, a qual mostrava o próprio panfleto, já ajustado conforme as orientações previamente fornecidas, e pronto para ser distribuído.

• Polícia Federal/PF
No mesmo dia, o general Mario Fernandes enviou um áudio, demonstrando satisfação com o resultado do material e solicitando que o coronel Hobert parabenizasse o responsável pela confecção do panfleto.
“Excelente, Hobert. Ficou impecável, cara. Parabenize o teu camarada, o moleque, pô***. E agradeça muito a ele, cara. Um grande abraço. Amanhã a gente conversa. Força!”, disse o general, conforme o registro da PF.
Além disso, conforme revelado pela Polícia Federal, os militares também compartilharam um documento que delineava o planejamento para a confecção de faixas a serem utilizadas nas manifestações. O arquivo, intitulado “Faixas”, continha diversas frases de caráter subversivo e antidemocrático, dispostas dentro de retângulos, como “Liberdade sim, censura não”, “Respeito à Constituição”, “Contagem Pública dos Votos”, “SOS Forças Armadas”, “Não à ditadura do Judiciário” e “Novas eleições para presidente”. Tais expressões evidenciam a articulação de um movimento que visava desestabilizar o regime democrático e questionar os pilares fundamentais da democracia brasileira.

• Polícia Federal/PF
Em 12 de dezembro de 2022, manifestantes tentaram invadir a sede da Polícia Federal, um episódio que, à época, foi atribuído à prisão temporária do cacique José Acácio Serere Xavante. No entanto, o contexto de tal ação parece estar intimamente relacionado a movimentações mais amplas, como indica o relatório da Polícia Federal, que revelou uma troca de mensagens entre o coronel George Hobert Oliveira Lisboa e o general Mario Fernandes, possivelmente vinculada ao ato.
O áudio interceptado, enviado por Hobert a Mario Fernandes, seria uma resposta a uma pergunta anterior feita pelo general da reserva, oferecendo uma análise sobre os desdobramentos da situação. No áudio, o coronel afirmava: “Sem dúvida, General, pode ter o efeito dominó, mas o que vai acontecer… Se esse efeito dominó não for rápido, o Alexandre de Moraes, o pessoal do Judiciário vai ser mais dramático, vai ser mais intenso na represália. Isso aí pode afugentar, pode enfraquecer o movimento.”
As palavras de Hobert demonstram uma preocupação com a efetividade e a rapidez das ações do movimento, sugerindo que a resistência e a articulação contra o Judiciário poderiam ser intensificadas caso a reação não fosse célere. A menção ao nome do ministro Alexandre de Moraes, em um contexto de tensão política, reforça a ideia de um movimento orquestrado com o intuito de pressionar as autoridades judiciárias e desacreditar o sistema democrático, caso o “efeito dominó” não fosse alcançado com a urgência desejada.