Pagar o plano de saúde é prioridade para 89% da população, seguido do aluguel e condomínio
A situação de muitas pessoas é parecida quando o assunto é prioridade no pagamento dos compromissos mensais. Mas na hora de pagar as dívidas, o que o brasileiro paga primeiro?
Levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) mostrou que a primeira preocupação é pagar o plano de saúde, depois vem aluguel, condomínio e outros gastos para manter a casa, como contas de água, de luz, gás e TV por assinatura e Internet.
Por outro lado, os inadimplentes estão deixando de pagar as dívidas que têm os juros mais altos, como o cartão de crédito. Essa situação é diferente pelo menos para o motorista João Araújo. Com o décimo terceiro salário em mãos ele vai entrar 2019 se sentindo mais leve. “Eu separei um pouco para pagar as dívidas e um pouco para comprar presentes para a família, acabei ficando zerado, mas em compensação vou entrar janeiro sem dívida nenhuma, se Deus quiser”, comentou.
Mas o peso das dívidas ainda está nos ombros de quase 63 milhões de brasileiros. Muitos perderam o emprego e tiveram que se realocar, ganhando menos. “Para que haja uma resolução da inadimplência é preciso que entre um dinheiro novo na economia, e isso somente através de mais dinheiro, mais renda”, informou Roque Pellazo, diretor do SPC.
A maioria prefere garantir direitos básicos que envolvem a casa e a família às custas de sua reputação no mercado, porém, a escolha é das mais difíceis. O consumidor que não consegue quitar todas as suas dívidas em atraso se vê obrigado a eleger prioridades.
O levantamento da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) feito com todos os consumidores de todas as capitais, mostra que 89% priorizam pagar o plano de saúde, 86% o condomínio, aluguel, contas de água e luz, e da TV por assinatura e Internet.
Ainda de acordo com o levantamento, as dívidas que respondem pelo maior número de consumidores inadimplentes são com o crediário, o cartão de crédito e o empréstimo com bancos ou financeiras. “Tem que escolher, no caso, joga para o alto, e a que a gente pegar primeiro será aquela a ser paga, ou seja, você paga a do mês passado e deixa a desse mês sem pagar”, disse Joana Silveira.
Essa é também a estratégia da Gláucia Furtado, só que ela se descuidou com o cartão de crédito, e está no vermelho. “Estou devendo há quatro meses, e a negociação feita agora é para pagamento em janeiro”. Para conseguir honrar o compromisso, ela informou que decidiu adiar para o ano que vem a viagem que faria agora com a filha.