VIII Enconseg: tecnologia é aliada do Corretor de Seguros
A tecnologia não é inimiga do Corretor de Seguros, tampouco vai ocupar seu espaço no mercado, muito pelo contrário. Em síntese, esse foi o tom que marcou boa parte dos debates ao longo do VIII Enconseg, realizado pelo Sincor-RJ, sexta-feira passada (23), com a presença do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e das principais lideranças do mercado de seguros. O evento teve como um dos pontos altos o painel “Roda Viva com o Corretor”, mediado pelo presidente do Sincor, Henrique Brandão, que reuniu os principais executivos das maiores seguradoras do país, além do presidente da Fenacor, Armando Vergilio. “O Corretor conhece o produto seguro e o seu engajamento no pós-venda é muito importante. Eu sempre digo para a minha equipe comercial que tão importante que a venda nova é a retenção do cliente, temos que ter a capacidade de seduzir o cliente, inclusive aquele debandou da companhia”, afirmou o presidente da Bradesco Seguros, Ivan Gontijo, acrescentando que dos R$ 47 bilhões de faturamento da companhia no primeiro semestre, 96% foram gerados pelos Corretores.
Já Ricardo Bottas, Presidente da SulAmerica, salientou que a tecnologia não é concorrente, mas um meio para vender mais. Ele alertou, contudo, que o mercado precisa estar atento para atender ao novo perfil do cliente, classificado por ele como “nativo digital” para que se possa aumentar a oportunidade de negócios. “O Corretor de Seguro precisa estar preparado para a mudança de ambiente. É preciso investir em tecnologia para atender o cliente que quer respostas rápidas. Não é só preço, é também a experiência”, observou, acrescentando que as grandes seguradoras também precisam se adequar. “Somos 70% do mercado, mas não podemos subestimar a força do novo. Temos a força do capital, do tradicional, da segurança financeira, Isso é importante, mas não podemos nos acomodar por trás da força e da tradição”, advertiu.
Por sua vez, Rivaldo Leite, vice-presidente Comercial da Porto, pontuou que o mercado deve investir na precificação mais adequada. “É difícil. Permitimos que algumas coisas acontecessem, os grandes riscos que saíram da mão do IRB, indo para resseguradores externos. E, no pós-pandemia, em virtude de tantas ocorrências e precificações erradas, isso se complicou mais ainda. Será que estamos todos dispostos a pagar o preço que risco carece? E há a contrapartida do cliente também, como melhorar o risco para pagar exatamente o que tem que ser pago”, frisou.
O outro participante no painel, Marco Antonio Gonçalves, presidente do Conselho Consultivo da MAG, disse que, no Brasil, o mercado de seguros é a melhor atividade para uma pessoa iniciar sua carreira. E destacou o imenso potencial de crescimento do setor. “Temos apenas 50 milhões de segurados no ramo saúde e somente 30% da frota auto está segurada. Apenas 20% da população têm seguro de vida e das 53 milhões de casas existentes no país, pouco mais de 11 milhões estão cobertas pelo seguro”, salientou.
Segundo ele, a pandemia “tirou um pouco o foco do consumo” e as pessoas passaram a pensar mais no futuro, na proteção da vida, na previdência, no seguro do carro ou da residência, o que favorece o mercado. “Acho até que temos poucos Corretores de Seguros. O Brasil é muito grande. E haverá forte crescimento dos seguros individuais, porque o mundo está mudando”, acentuou.
Por fim, Armando Vergilio conclamou a todos a estarem atentos sobre a importância da representação politica institucional em Brasília, especialmente com parlamentares que, de fato, defendam o mercado de seguros e os consumidores.
ABERTURA.
O evento foi aberto por Henrique Brandão, que agradeceu aos patrocinadores e aos profissionais presentes, que lotaram o auditório, e citou a importância do trabalho realizado pelos deputados Hugo Leal e Lucas Vergilio, em defesa do Corretor de Seguros, no Congresso. “Sem eles, teríamos naufragado, com a maior perda dos últimos 50 anos, com a proposta que acabava com o Corretor.
Já o governador do Rio de Janeiro assegurou que o estado terá muitos atrativos para o mercado de seguros nos próximos anos. “Este é um setor que depende que a economia vá bem, que a segurança pública e as instituições estejam funcionando. O Rio de Janeiro, depois de muitos anos, puxou o Brasil para cima em crescimento de PIB e isso é bom para o setor de seguros”, comentou Cláudio Castro.
O primeiro painel foi a palestra do consultor Arthur Igreja, cofundador da AAA Plataforma de Inovação, para quem os Corretores de Seguros devem apostar na combinação do digital com os contatos presenciais. “Todas as empresas precisam inovar. Abracem a tecnologia. Vai valer a pena. Vocês não seremos tirados do mercado enquanto tivermos capacidade de oxigenação das nossas ideias”, incentivou.
Logo após, no painel “Autoridades do Setor”, o presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, enfatizou a importância de o mercado melhorar a sua comunicação com a sociedade e explicou que a nova campanha da entidade, voltada para esse novo foco. “Temos feito mudanças na comunicação da CNseg. O foco, agora, está direcionado para os benefícios do seguro para a sociedade, em vez de falarmos apenas de faturamento ou de reservas”, salientou.
Já o presidente do Conselho Diretor da CNseg e da Porto, Roberto Santos, lamentou o descredenciamento de pequenos Corretores de Seguros motivado pelo volume de produção ou de resultados negativos. “Se o resultado não está bom, pode ser que a seguradora não tenha calculado a precificação adequadamente”, disparou Santos.
Na visão dele, é preciso criar jornadas para atender bem “e surpreender os Corretores de Seguros”. Defendeu ainda a importância de se rever processos. “Para reduzir custos administrativos, algumas empresas colocavam o Corretor para fazer o papel delas. O mundo mudou. O cliente é único e o Corretor, para nós, também é único”, asseverou.
Em seguida, Ricardo Amorim fez uma palestra sobre “Macroeconmia”, destacando que a função do Corretor de Seguros cresce de importância no cenário atual. “Vocês são fundamentais, representam o elo entre seguradoras e as pessoas. Tudo o que você faz que o cliente já espera é obrigação, o que ele não espera é o diferencial. Pequenas ações que surpreendem. O cliente é o seu marketing”, frisou.
Organizado pelo Sincor-RJ, encontro reuniu cerca de 1,2 mil profissionais do setor, a grande maioria, Corretores de Seguros, e foi patrocinado pela Bradesco Seguros, MAG Seguros, Porto e SulAmérica.
Fonte: CQCS
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