Acordo de comércio entre Brasil e Chile prevê até fim do ‘roaming’
Seis meses depois de terem assumido o compromisso em Brasília de concretizar um novo Tratado de Livre Comércio (TLC), o presidente do Chile, Sebastián Piñera, e seu colega brasileiro, Michel Temer, assinaram na quarta-feira no Chile o acordo entre os dois países em uma cerimônia no Palácio de La Moneda, que agora deve ser ratificado por cada Congresso. “Poucos TLCs no mundo foram iniciados, negociados e assinados em tão curto espaço de tempo, o que é provavelmente um recorde”, apontou Piñera. O presidente Temer, que fez uma viagem a Santiago apenas por algumas horas, também destacou a rapidez com que ambos os governos conseguiram alcançar o tratado. “Em menos de seis meses fomos capazes de dar conteúdo e formalizar este acordo. Isso é resultado de uma convergência natural que existe entre nossos governos”, afirmou o brasileiro, que buscou fazê-lo pessoalmente antes de entregar o poder ao seu sucessor, Jair Bolsonaro, em 1º de janeiro. “Este acordo comercial era muito esperado pelo nosso país e vejo que aqui no Chile também é muito importante”, acrescentou Temer.
Com uma economia que não correspondeu às expectativas do Governo e dos cidadãos, para o Chile o TLC é uma boa notícia: o Brasil é um destino-chave para suas pequenas e médias empresas. Das 3.578 que exportaram para o mundo em 2017, 10% venderam para o Brasil.
Piñera descreveu o acordo como “de última geração, moderno, com grandes incorporações de questões emergentes e em benefício de ambos os países”, que representa uma aproximação do Mercosul, no Atlântico, com a Aliança do Pacífico, o bloco composto por Chile, Colômbia, Peru e México. “Vai além do estritamente econômico. Procura aproximar e integrar nossos países em termos de cultura, de colaboração política, de enfrentamento e solução de problemas como aquecimento global, cibersegurança e muitas coisas mais”, disse o presidente chileno sobre este TLC que inclui — de maneira inédita — um capítulo dedicado a comércio e gênero. O objetivo, explica o Executivo chileno, é dar visibilidade às mulheres, às empreendedoras e empresárias, e sua participação na economia. Ao mesmo tempo, procura reconhecer a contribuição que elas dão ao desenvolvimento sustentável.